Quem nunca me viu assim tão pequeno, tão quieto, de olhos no chão.
Pés enlameados desprovido de vergonha, de pudor.
Quem nunca me viu assim tão pálido de olhos arregalados, grito preso, calado.
Desprovido de força contrariando o pensamento alheio, sou forte em reconhecer que sou fraco
e no admitir que nada posso fazer.
Sou vazio por dentro, ser oco, inanimado.
De mim fogem os pensamentos, não penso.
Estou na roda gigante do medo e dele mesmo me espanto.
Tenho medo do medo, da vida e das pessoas.
E por isso vacilo em cada passo que dou
Não tenho esperança de nada
Também em nada acredito
Porque sei que nada sou
Não ando errado, mas não tento acertar
Vou passando pela vida como alguém invisível
que nada sente,
nada faz,
nada é...
JLS ; Qz.
terça-feira, 18 de junho de 2013
"INSIGNIFICÂNCIA": Oficina de escrita criativa.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
domingo, 2 de junho de 2013
TEXTO DRAMÁTICO - Oficina de Escrita Criativa
O CASO DOS SENTIMENTOS
ROUBADOS (ATO ÚNICO)
Tarde da noite, um
travesseiro recebe três amigos e uma queixa:
TRAVESSEIRO: não
compreendo... da última vez que nos encontramos estava tudo bem...
CORAÇÃO: Ah travesseiro
nem direito sei como aconteceu...
TRAVESSEIRO: havíamos feito
projetos para essa noite e prometemos que juntos teríamos bons sonhos.
CÉREBRO: espera um
momento sonhos como os que foram feitos não é projeto meu.
TRAVESSEIRO: Também me
lembro que vocês me disseram que nunca mais eu seria molhado.
OLHO: desculpe-me
amigo, dessa vez não pude evitar.
TRAVESSEIRO: alguém me
diga o que aconteceu, então.
OLHO: bem, não sei te
dizer como tudo começou, estava fechado, nada pude ver.
CORAÇÃO: fui enganado
travesseiro, estou quebrado, outra vez, travesseiro.
CÉREBRO: não me culpem
por não estar alerta, eu fui logo desligado quando o olho se abriu...
OLHO: ei! Também fui
enganado, não fui treinado para aquele tipo de negócio, nem sabia que era possível.
CORAÇÃO: ouçam, ouçam: nessa
manhã estava distraído com todas as coisas que pensamos fazer; com todos os
sentimentos que estávamos cultivando, vocês sabem: a auto-estima, o amor
próprio, a esperança, a...
CÉREBRO: como sempre
você estava distraído cheio de coisas!
CORAÇÃO: não me culpe
por estar cheio de coisas e deixe de ser tão crítico!
TRAVESSEIRO: Cérebro
deixe o coração continuar! Quero ouvi-lo.
CORAÇÃO: ...como estava
dizendo: a autoconfiança, quando ouvi uma voz melodiosa que cantava ao ouvido,
vinha do ouro lado da escada.
OLHO: bem acho que foi
bem aqui que eu abri e vi aqueles olhos me olhando e o lindo sorriso.
CÉREBRO: E bem aqui me
desligaram!
TRAVESSEIRO: Cérebro?!
CORAÇÃO: não dei muito
crédito ao que ouvi, estava feliz, confiante, então não achei que deveria me
prevenir de nada nem conversar com ninguém sobre isso...
TRAVESSEIRO: e o olho
não estava aberto? Ele não percebeu nada de estranho?
Coração suspira
triste...
CORAÇÃO: o olho nunca
tinha visto sorriso mais lindo...
CÉREBRO: e ninguém se
lembra de mim quando é preciso.
TRAVESSEIRO: e depois,
o que aconteceu Coração?
CORAÇÃO: bem, achei que
resistiria, mas fui cedendo espaço...
Pausa e silêncio
CORAÇÃO: um a um meus
novos sentimentos foram por ele levados. Então, trocando minha autoconfiança
pela confiança nele, o meu amor próprio substitui pelo amor a ele e as
promessas dele se tornaram minha esperança.
CÉREBRO: dois
parágrafos de conversa e ele já vem falando de amor.
TRAVESSEIRO: deixe que
ele continue.
CORAÇÃO: infelizmente
não durou muito e no fim da tarde as promessas se quebraram. Ele foi embora
sorrateiramente com tudo o que era meu e eu.
CÉREBRO: Ah, mas não
foi só isso!
TRAVESSEIRO: E já não seria
suficiente?
CORAÇÃO: não, ele não
se contentou em ir deixou os sentimentos dele aqui.
TRAVESSEIRO: então ele
chegou, brincou e quando você se apegou ele foi embora?
CORAÇÃO: foi bem assim
que aconteceu...
CÉREBRO: E só aí que me
ligaram de novo, quando o estrago tinha acontecido.
Com tom irônico...
CÉREBRO: Quase canto
aquela música “eu bem que te avisei”! Amanhã vê se me deixa ligado e me escuta.
JLS
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
Dica de Leitura: COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES (E.G.W.)
No consenso popular, o ser humano vive atarefado. Como se diz na minha terra, aperreado. É trabalho, é estudo, filhos e para os que não os tem outras tantas tarefas que ocupam 99% do seu tempo, sobrando apenas 1% para poder respirar. Não se dorme direito, não se come de maneira adequada, não se se relaciona satisfatoriamente, não se vive. E a suma de tudo isso são seres humanos doentes física e emocionalmente. É claro que para uma questão tão complexa como a vida no século atual existem muitas informações e sugestões. Quero deixar a minha dica de leitura para os que estão inseridos nesse contexto de estresse, angústia e medo que são desencadeados pela inseguridade dos dias atuais. O livro de Ellen G. White, compilado de seus outros escritos, chamado Como lidar com as emoções é uma fonte de conhecimento e nos auxilia a encontrar paz. Ótima leitura!
Ebook disponível em: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Como%20Lidar%20com%20as%20Emo%C3%A7%C3%B5es.pdf
Ebook disponível em: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Como%20Lidar%20com%20as%20Emo%C3%A7%C3%B5es.pdf
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
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