terça-feira, 19 de novembro de 2013

POR UM MOMENTO

Por um momento eu me perdi e achei que era normal
Por um momento esqueci quem sou porque lembrava somente do que eraPor um momento me desfiz e morei momentaneamente em alguémPor um momento eu deixei de ser eu e fui o outroE o outro nem aqui estava um momento sequerE de súbito, antes que o precipício chegasse, lembrei que são as minhas asas que me fazem subirDesci vertiginosamente por um momento que fugi de mim mesmaE ainda agora subo: são minhas asas que me fazem voarJLS

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A DANÇA DOS NUMERAIS - texto com numerais

Este texto foi produzido como atividade das aulas de numerais. Foi dado pelo professor uma lista com os numerais que deveriam constar no texto. Aqui eles estão em caixa alta.

A DANÇA DOS NUMERAIS


Não foi por acaso que eu estive lá naquela primavera de setembro. A carta trazia como remetente somente a  caixa postal 11. Fazia um vento suave na varanda da casa amarela da Rua Tal, número DUZENTOS E OITENTA E NOVE.

A carta datava PRIMEIRO DE OUTUBRO DE DOIS MIL E TREZE e não pude esconder minha surpresa. Rasguei o envelope, mas empurrei somente UM QUATORZE AVOS da carta para fora. Vi nesse primeiro instante algo que me chamou atenção: uma data. O que haveria acontecido no ano de MIL NOVECENTOS E CINQUENTA E SETE? Retirando mais DOIS TERÇO da folha para fora vi que a letra estava trêmula e parecia ter sido escrita por uma pessoa idosa que talvez tivesse o NÔNUPLO de minha idade: vinte e um anos SINGELOS eu tinha no momento. AMBAS idades são especiais, e mesmo que esta pessoa tivesse o UNDÉCUPLO de minha idade, a atenção com a qual eu leria esta carta seria a mesma. Porém para a minha surpresa não se tratava de  alguém tão velho, reconheci que aquela letra trêmula era a de minha irmã. Ela dizia, através daquelas linhas que estava muito doente e fraca, e que precisava ser submetida a uma cirurgia que custava R$900,00.

Ela possuía só alguns poucos reais e com algumas doações ela conseguiria o DOBRO desse valor, mas ainda faltava 400 reais. Comovida resolvi lhe enviar uma quantia considerável que correspondia o TRIPLO do meu salário mensal, valor que obtive com a venda de uma pintura guardada por muitos anos em minha casa, que segundo alguns, pertenceu ao REI NEIMAR ONZE.

com QZ COSTA

QUASE DEUSES - dica de filme

Fonte: imagem de capa de DVD.
O longa-metragem Quase Deuses foi  escrito pelos roteiristas Peter Silverman e Robert Caswell e dirigido por Joseph Sargent. Lançado em 2004, a produção foi realizada pelos estúdios HBO e Nina Saxon Film Design. Baseado em fatos reais, narra a história de Vivien Thomas (1910-1985), um afro-americano e do Dr. Alfred Blalock (1899 – 1964).
            O filme relata a realidade da segregação racial vivida nos Estados Unidos daqueles anos. Os afrodescendentes viviam uma liberdade marcada pela discriminação e marginalização. Havia separação entre ambientes para brancos e negros, inclusive em repartições públicas como mostra no hospital John Hopkins há um banheiro para os brancos, outros para os negros (man colored).
            O início é marcado pelo resultado da Grande Depressão que afetou os EUA em 1929. Vivien Thomas (Mos Def), um excelente carpinteiro, é demitido porque estavam dando preferência a quem era casado e tinha filhos. Nesse ínterim, Thomas consegue um emprego de faxineiro com o Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman), que realiza pesquisas através de experiências com cachorros para encontrar a solução para algumas doenças humanas. Ele apresentava um talento nato para aprender e logo impressiona o Dr. Blalock. Vivien havia decidido que faria faculdade, mas por causa da Depressão o banco em que havia depositado seu dinheiro faliu e  todas as suas economias foram perdidas.
            Surpreso com Thomas, o Dr. o torna seu auxiliar nas pesquisas. Seu desempenho ultrapassa o de seus antecessores, o que é um mérito maior por Vivien ser negro, algo que naquele momento da história era sinônimo de falta de inteligência. Com o auxílio de Vivien o Dr. Blalock alcança sucesso cada vez mais nos seus experimentos e Vivien já havia estudado todos os livros que o doutor tinha em seu laboratório.
            Pela notoriedade, o Dr. Blalock foi convidado para ser o presidente do departamento de cirurgia do Hospital Universitário John Hopkins e Vivien, agora já casado e com filhos (1945), o acompanha como seu auxiliar técnico. No hospital era uma cena que no mínimo causava espanto ver um negro de jaleco branco. Porém mesmo Vivien assumindo essa posição precisava entrar pelas portas dos fundos e bater cartão. Era no mínimo estranho também o fato de Vivien nunca ter estudado na faculdade de medicina ser auxiliar técnico de laboratório.
            Nesse tempo não se realizava cirurgias cardíacas, porém para desvendar o caso do bebê azul, uma doença cardíaca que deixava bebês cianóticos, Vivien e o Dr. Blalock estudam afinco. Vivien conseguiu encontrar a solução para tal problema e a primeira cirurgia no coração foi marcada e assistida. Vivien deu as instruções para o Dr. Blalock, porém todos os créditos foram para o Dr.
            Vivien não era médico, mas atuava tanto quanto um. Aborrecido com o Dr. por não lembrar disso, deixa o hospital e vai vender remédios de porta em porta, mas não fica feliz. Então volta para o hospital e pede para o Dr. aceitá-lo de volta.
            Com o tempo Vivien tornou-se o diretor de laboratórios do hospital. Revolucionou o entendimento sobre o funcionamento do coração e também chefiou e ensinou a muitos médicos nos processos de cirurgia cardíaca, recebendo por mérito o título de Doutor Honoris Causa.
com Josué Ferreira de Queiroz

terça-feira, 15 de outubro de 2013

GÊNEROS ORAIS E ESCRITOS


GÊNEROS SUGERIDOS PARA A PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS
LINGUAGEM ORAL
LINGUAGEM ESCRITA
LITERÁRIOS

Cordel; Textos dramáticos.
Romance; Novela; Crônica; Conto; Poema; Textos dramáticos.
DE IMPRENSA
Comentário radiofônico; Entrevista; Debate; Depoimento.
Reportagem; Editorial; Notícia; Artigo; Carta do leitor; Entrevista.
DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Exposição; Palestra; Seminário; Debate.
Notas/artigos; Relatório de experiências.
PUBLICIDADE
Propaganda
Propaganda

Fonte: Adaptada de Marcuschi (2008).

DIFERENÇA ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS


DIFERENÇA ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
TIPOS TEXTUAIS
GÊNEROS TEXTUAIS
São constructos teóricos definidos pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).
Textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sóciocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.
Encontram-se em um número limitado abrangendo as categorias: narração, argumentação, descrição, exposição e injunção. Não tende a aumentar. Quando há uma predominâncias de um modo em um texto concreto diz-se ser um texto narrativo ou argumentativo ou descritivo ou expositivo ou injuntivo.
Encontram-se em um número maior que os tipos textuais, sendo quase incontáveis. Assumem as formas de carta pessoal, reportagem, e-mail, sermão, receita culinária, bilhete, piada, edital de concurso, diálogo informal, bula de medicamento, resenha, inquérito policial, conversas por computador entre tantos outros.
São sequências linguísticas teóricas definidas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempos verbais.
São realizações linguísticas com padrões sociocomunicativos determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.

Fonte: Adaptada de Marcuschi (2008).

terça-feira, 9 de julho de 2013

DRAMA: oficina de escrita criativa

ESPERTO: Tenho um bom negócio pra nós dois.
INGÊNUO: Que negócio?
ESPERTO: Abençoar as pessoas da vila.
INGÊNUO:Mas onde a gente vai achar outro padre?
ESPERTO: Não tem outro padre, mas não precisa de padre.
INGÊNUO:Não? Mas como abençoa sem padre?
ESPERTO: Água benta.
INGÊNUO: Mas onde vamos conseguir água benta?
ESPERTO: A torneira casa foi abençoada pelo padre da vila. Agora que ele tá cansado e não pode mais abençoar a gente vende água benta lá de casa.
INGÊNUO: Mas será que isso é certo?
Consciência: Acaso torneira dá água benta?
ESPERTO: Veja bem:
O povo precisa de benção,
A gente tem bastante água.
E a gente precisa de dinheiro.
INGÊNUO: Mas se eles descobrirem que você vende água de torneira?
ESPERTO: Não vão descobrir porque não vou vender.
INGÊNUO: Você vai doar, então?
ESPERTO: Não! Você vai vender.
Consciência: Não se fie no conselho de espertos. Enganar inocentes sempre dá errado.
INGÊNUO: Não quero prejudicar ninguém.
ESPERTO: Não seja frouxo. Você não vai prejudicá-los: vai abençoá-los!
INGÊNUO: Ora, se descobrirem vou culpar você.
ESPERTO: Ninguém será culpado. Abençoar pessoas é um ato de solidariedade. Receber pela benção é uma recompensa.
Consciência: Não confunda benevolência com indecência. Pense bem!
INGÊNUO: Pensei; quero ser benevolente. Vou ajudar você nesse negócio. Dá a água benta aí.


NOTA: Não há nesse texto apologia às religiões. É uma produção da disciplina de oficina criativa com tema escolhido. JLS.

terça-feira, 18 de junho de 2013

"INSIGNIFICÂNCIA": Oficina de escrita criativa.

Quem nunca me viu assim tão pequeno, tão quieto, de olhos no chão.
Pés enlameados desprovido de vergonha, de pudor.
Quem nunca me viu assim tão pálido de olhos arregalados, grito preso, calado.
Desprovido de força contrariando o pensamento alheio, sou forte em reconhecer que sou fraco
e no admitir que nada posso fazer.
Sou vazio por dentro, ser oco, inanimado.
De mim fogem os pensamentos, não penso.
Estou na roda gigante do medo e dele mesmo me espanto.
Tenho medo do medo, da vida e das pessoas.
E por isso vacilo em cada passo que dou
Não tenho esperança de nada
Também em nada acredito
Porque sei que nada sou
Não ando errado, mas não tento acertar
Vou passando pela vida como alguém invisível
que nada sente,
nada faz,
nada é...

JLS ; Qz.

domingo, 2 de junho de 2013

TEXTO DRAMÁTICO - Oficina de Escrita Criativa

O CASO DOS SENTIMENTOS ROUBADOS (ATO ÚNICO)

Tarde da noite, um travesseiro recebe três amigos e uma queixa:
TRAVESSEIRO: não compreendo... da última vez que nos encontramos estava tudo bem...
CORAÇÃO: Ah travesseiro nem direito sei como aconteceu...
TRAVESSEIRO: havíamos feito projetos para essa noite e prometemos que juntos teríamos bons sonhos.
CÉREBRO: espera um momento sonhos como os que foram feitos não é projeto meu.
TRAVESSEIRO: Também me lembro que vocês me disseram que nunca mais eu seria molhado.
OLHO: desculpe-me amigo, dessa vez não pude evitar.
TRAVESSEIRO: alguém me diga o que aconteceu, então.
OLHO: bem, não sei te dizer como tudo começou, estava fechado, nada pude ver.
CORAÇÃO: fui enganado travesseiro, estou quebrado, outra vez, travesseiro.
CÉREBRO: não me culpem por não estar alerta, eu fui logo desligado quando o olho se abriu...
OLHO: ei! Também fui enganado, não fui treinado para aquele tipo de negócio, nem sabia que era possível.
CORAÇÃO: ouçam, ouçam: nessa manhã estava distraído com todas as coisas que pensamos fazer; com todos os sentimentos que estávamos cultivando, vocês sabem: a auto-estima, o amor próprio, a esperança, a...
CÉREBRO: como sempre você estava distraído cheio de coisas!
CORAÇÃO: não me culpe por estar cheio de coisas e deixe de ser tão crítico!
TRAVESSEIRO: Cérebro deixe o coração continuar! Quero ouvi-lo.
CORAÇÃO: ...como estava dizendo: a autoconfiança, quando ouvi uma voz melodiosa que cantava ao ouvido, vinha do ouro lado da escada.
OLHO: bem acho que foi bem aqui que eu abri e vi aqueles olhos me olhando e o lindo sorriso.
CÉREBRO: E bem aqui me desligaram!
TRAVESSEIRO: Cérebro?!
CORAÇÃO: não dei muito crédito ao que ouvi, estava feliz, confiante, então não achei que deveria me prevenir de nada nem conversar com ninguém sobre isso...
TRAVESSEIRO: e o olho não estava aberto? Ele não percebeu nada de estranho?
Coração suspira triste...
CORAÇÃO: o olho nunca tinha visto sorriso mais lindo...
CÉREBRO: e ninguém se lembra de mim quando é preciso.
TRAVESSEIRO: e depois, o que aconteceu Coração?
CORAÇÃO: bem, achei que resistiria, mas fui cedendo espaço...
Pausa e silêncio
CORAÇÃO: um a um meus novos sentimentos foram por ele levados. Então, trocando minha autoconfiança pela confiança nele, o meu amor próprio substitui pelo amor a ele e as promessas dele se tornaram minha esperança.
CÉREBRO: dois parágrafos de conversa e ele já vem falando de amor.
TRAVESSEIRO: deixe que ele continue.
CORAÇÃO: infelizmente não durou muito e no fim da tarde as promessas se quebraram. Ele foi embora sorrateiramente com tudo o que era meu e eu.
CÉREBRO: Ah, mas não foi só isso!
TRAVESSEIRO: E já não seria suficiente?
CORAÇÃO: não, ele não se contentou em ir deixou os sentimentos dele aqui.
TRAVESSEIRO: então ele chegou, brincou e quando você se apegou ele foi embora?
CORAÇÃO: foi bem assim que aconteceu...
CÉREBRO: E só aí que me ligaram de novo, quando o estrago tinha acontecido.
Com tom irônico...
CÉREBRO: Quase canto aquela música “eu bem que te avisei”! Amanhã vê se me deixa ligado e me escuta.

  JLS

Dica de Leitura: COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES (E.G.W.)

No consenso popular, o ser humano vive atarefado. Como se diz na minha terra, aperreado. É trabalho, é estudo, filhos e para os que não os tem outras tantas tarefas que ocupam 99% do seu tempo, sobrando apenas 1% para poder respirar. Não se dorme direito, não se come de maneira adequada, não se se relaciona satisfatoriamente, não se vive. E a suma de tudo isso são seres humanos doentes física e emocionalmente. É claro que para uma questão tão complexa como a vida no século atual existem muitas informações e sugestões. Quero deixar a minha dica de leitura para os que estão inseridos nesse contexto de estresse, angústia e medo que são desencadeados pela inseguridade dos dias atuais. O livro de Ellen G. White, compilado de seus outros escritos, chamado Como lidar com as emoções é uma fonte de conhecimento e nos auxilia a encontrar paz. Ótima leitura!

  Ebook disponível em: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Como%20Lidar%20com%20as%20Emo%C3%A7%C3%B5es.pdf

terça-feira, 21 de maio de 2013

PRODUÇÃO BASEADA NO TÍTULO "SOU UM OBJETO"


Os primeiros textos produzidos no dia 08 de maio tinham como título “Sou um objeto”, que consistiu em cada um ser um objeto da sala de aulas, que foram listados no quadro, e descrever o que eram e o que proporcionavam, com ou sem rima.


Vejam a produção do L.G.R.L.:

"Sou um giz sou fabricado de pó até formar algo sólido, sou pequemo e quando a caixa de giz é aberto, não gosto, pois até o final do dia vão me esfolar na lousa, e também sei que até o final do dia vou morrer, mas vou deixar minha marca que são as palavras que ficaram na lousa que as crianças vão copiar."

A seguinte é de L. M. B.:

"O caderno
Eu sou bonitinho
Sirvo de recadinho
Quando arrancar a folha
Que o resto recolha

Sirvo para Português
Matemática
Geografia
E até Inglês

Quando a lição acabar
A criança vai imaginar
E o lápis mágico
Pintar

Eu posso ser eterno
E lembranças vou ter
Do seu querido
Caderno"

PRODUÇÕES BASEADAS NO POEMA "SP"

Esta atividade consistiu em, a partir de um poema apresentado, eles escolherem uma letra e fazerem a sua produção. Escolhi as seguintes para postar aqui.

"Pato

Pato Pode Pilotar, Porque pensei que não Podesse. Pato pode ser pintor, pato pode ser professor, pato pode ser palhaço, pato pode ser pigmentos, porque se pato não poder a pata vai poder ter um pote."

C.

(*Podesse - pudesse)


"A de  amor, amizade, amigo, atração, de argumento, de amar
a de amores, de assunto, de analizar
de amigas, de ar, de Árvore, de agora não ter terminação da letra a."

A. E. S.

(*analizar - analisar)

POSTS DE ALUNOS

Neste semestre algumas produções de textos já foram e serão postadas aqui. Produções com tema "criatividade" também realizadas por alunos do 7° ano de uma escola pública de Artur Nogueira. Não se trata de um estudo específico com relação as formas das palavras e suas atuações, mas a capacidade de interpretação e produção criativa.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

PLEONASMO (Comp. de teatro Os melhores do mundo)




CORES (Oficina PIBID - O mundo de Aninha)

Se LARANJA: pôr do sol entre as grades da janela. Pão quentinho. Laranjas penduradas no pomar. Açúcar derretido. Brisa das seis da manhã. Bolo de cenoura. 30 anos.

POEMA DE UMA LETRA SÓ (oficina - Criando com palavras)




Suicida

Surtou! Saiu sozinha sem sandálias, sombrinha, sem siso.
Subiu, suou, secou.
Sujou, saltou, sangrou, sumiu.




(com Quézia Costa)

SOU UM OBJETO (oficina - Criando com as palavras)

Sou transparente como a água
Recebo o sol, a chuva e o vento
Fico dentro e fora da sala
Em casas, igrejas, apartamento

Às vezes sou aramado,
Quadrado, canelado
Talhado por diamante
Sou colorido, transparente e espelhado.

Se me quebram fico bravo
E corto e sangro
Se me lavam fico alegre
e deixo o sol entrar

Tenho medo de pedras, bolas
e meninos arteiros
Mas fico aqui
se me deixarem ficar. (O VIDRO)

JLS

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UMA FOLHA CAI AO CHÃO

Adaptado da foto folha+outono.


... O VENTO SOPRA SILENCIOSAMENTE...
... UMA FOLHA, NÃO VERDE COMO ESSAS QUE LOGO NASCEM, NÃO! UMA FOLHA AMARELADA PELO SOL DE OUTONO COM SUAS BORDAS PARDAS, DESPRENDIDA DE SEU GALHO, FLUTUA COMO EM CONTENTO...
NA VERDADE JÁ NÃO HÁ CONTENTO NELA NEM TÃO POUCO MEMÓRIA DE QUANDO, AINDA VERDE, BALANÇAVA MOVIDA TALVEZ POR ESTE MESMO VENTO: SE BEM QUE O VENTO PASSA E NÃO VOLTA A SOPRAR NO MESMO LUGAR .
BEM, MAS NÃO É SOBRE O VENTO QUE QUERO FALAR, É SOBRE A FOLHA QUE SEM MEMÓRIA FLUTUA, LENTAMENTE ATÉ O CHÃO.
QUANTAS FOLHAS JÁ CAÍRAM?! ELAS SE TORNAM SOMENTE NÚMEROS, NÃO OS NÚMEROS QUE APRENDEMOS NA ESCOLA QUANDO COMEÇAMOS A CONTAR: AQUELES SÃO ESPECIAIS. ESTA FOLHA É SÓ MAIS UM NÚMERO NAS ESTATÍSTICAS.
DELA PROVAVELMENTE NEM O VENTO LEMBRE.

...MAS NÓS AINDA TEMOS MEMÓRIA.

JLS

domingo, 24 de março de 2013

SUSPENSE: UM CONTO DE SEXTA FEIRA - oficina de escrita criativa



Em uma noite de sexta feira, quatro crianças saem em busca de sua mãe. Uma carta em mãos e a outra segurando a mão da irmã menor, Cícera, Lúcio, de 12 anos parece um pequeno ponto na escuridão daquela noite.
Não era uma noite qualquer para quem morava rodeado de lendas.
O que separava a casa de Lúcio de seu destino eram alguns quilômetros de estrada de terra margeada por pingados de casas e árvores. Poucos postes iluminavam pequenos pedaços da estrada e no céu um grande globo alaranjado brilhava, era a lua cheia: uma sexta feira de lua cheia.
Pouco antes das 21h, Lúcio, preocupado com a demora da mãe e com a urgência de lhe entregar a carta, anda de um lado para o outro da sala, sentindo seus pés afundar no piso de barro batido. Já era quase a hora de a lenda surgir nas ruas, hora de as portas serem fechadas, as luzes de lamparinas serem apagadas e os pequenos estarem na cama silentes.
Não havia um meio de transporte para Lúcio não ser seus pés e pernas. Dividia-se agora em deixar as crianças dormindo e sair em busca da mãe e levar a todas na sua breve jornada, chegando talvez ao destino antes de a lenda aparecer e, quem sabe, dormir lá mesmo. Sua mãe não apontava ainda.
Depois de quase afundar até o tornozelo no piso da sala, agasalha seus irmãos menores, toma a carta, fecha a porta e sai. Todos estavam temerosos. Se não fosse aquela luz redonda no céu, tudo estaria um breu.
Poucos passos à frente os menores começam a chorar. Lúcio percebe que elas lhe atrasariam os passos. Volta para casa, põem-nas para dormir, levanta, tranca a porta da forma mais segura possível e sai. Um passo após o outro e seu coração apressando as batidas. Não sabia se contava seus passos trôpegos ou as palpitações de seu coração.
Quantas casas já tinham passado não sabia, mas o caminho se tornava mais longo a cada quilometro. O silêncio era quebrado vez ou outra por um pio de coruja e isso lhe trazia pavor. Olhos o seguem.
Seu pensamento agora se dividia entre seus irmãos que estavam em casa, sua mãe que não voltava e seu novo companheiro: o medo. Só havia um caminho para ir e vir, não tinha atalhos.
Mais dois quilômetros passados, estava Lúcio com seus pés empoeirados e as casas tinham ficado para trás na estrada. As árvores escassas também eram filetes em sombras ao olhar o caminho percorrido. Havia somente o céu, milharal de um lado e milharal do outro. A lua se camuflava entre uma nuvem e outra. Somente um quilômetro faltava e Lúcio apressa seus passos calculando que já deve passar das 22h, a lenda já estaria pelas ruas, entre uma árvore e outra, espreitando; e isso aumenta seus batimentos cardíacos... tUm TuM tUM TUM. Completando a cena daquela noite de sexta feira, o vento assovia no milharal e um sopro gélido enrijece a espinha. Tenta caminhar mais rápido, mas já está tão rápido que chega a tropeçar em seus próprios pés.
O vento continua cantando no milharal e remexe as palhas jogadas entre um canteiro e outro. Lúcio move-se para a esquerda, olha o pequeno trecho que ainda falta, falta tão pouco! Então olha para a direita. Seu coração gela, seus pulmões se contraem e em uma fração se segundos é tomado por um terror que lhe faz desfalecer as pernas e o impulsiona ao mesmo tempo: do meio do milharal dois olhos vermelhos lhe observa, acompanhando seus movimentos e uma massa corpulenta e escura se move em sua direção. Lúcio corre. Não sente seus pés tocar o chão. Tão perto, tão perto... um grito! Tudo fica escuro. TUM, TUM, Tum, Tum...
Lúcio abre os olhos, ainda trôpego... Abre-se a porta, sua mãe entra. O relógio da sala marca 22h. Ela fecha a porta. Lúcio abraça sua mãe e respira fundo, e dorme junto com seus irmãos.

JLS

O BRASIL - DESCRIÇÃO FÍSICA E POLÍTICA




O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande porque, medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno. Divide-se em três zonas climáticas absolutamente distintas: a primeira, a segunda e a terceira, sendo que a segunda fica entre a primeira e a terceira. As montanhas são consideravelmente mais altas que as planícies, estando sempre acima do nível do mar. Há muitas diferenças entre as várias regiões geográficas do país, mas a mais importante é a principal. Na agricultura faz-se exclusivamente o cultivo de produtos vegetais, enquanto a pecuária especializou-se na criação de gado. A população é toda baseada no elemento humano, sendo que as pessoas não nascidas no país são, sem exceção, estrangeiras. Na indústria fabricam-se produtos industriais, sobretudo iguais e semelhantes, sem deixar-se de lado os diferentes. No campo da exploração dos minérios, o país tem uma posição só inferior aos que lhe estão acima, sendo, porém, muito maior produtor do que todos os países que não atingiram o seu nível. Pode-se dizer que, excetuando seus concorrentes, é o único produtor de minérios no mundo inteiro. Tão privilegiada é hoje a situação do país, que os cientistas procuram apenas descobrir o que não está descoberto, deixando para a indústria tudo que já foi aprovado como industrializável, e para o comércio tudo o que é vendável. Na arte também não há ciência, reservando-se esta atividade exclusivamente para os artistas. Quanto aos escritores, são recrutados geralmente entre os intelectuais. É, enfim, o país do futuro, sendo que este se aproxima a cada dia que passa.  
 MILLÔR FERNANDES

quinta-feira, 14 de março de 2013

O CAÇADOR DE PIPAS

Assisti ao filme e quando vi o livro pensei em me aventurar nele... já sabia o final da história, mas achei tão fantástico que valeria a pena cada página. Confira também.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

MINHA LÍNGUA PORTUGUESA


Escrevendo um artigo crítico sobre o ensino da Língua Portuguesa no Brasil com textos base extraídos de reportagens de Beatriz Santomauro à Revista Nova Escola online, me pergunto que tipo de ensino de Língua Portuguesa foi o que tive.
Já li e reli as matérias e textos extras de autores como Bagno, Irandé e as ideias que povoam a mente são inatingíveis, quase que impossível de transpor para a escrita.
Então, observando a Linha do Tempo traçada na reportagem de mesmo título, traço a minha própria linha e vou resgatando o que aprendi e apreendi. Lembro então que na primeira série, o que hoje temos como segundo ano, aprendi a tracejar as vogais e a escrever meu nome, se bem que já o sabia, mas havia um padrão e era preciso se adequar a ele. Começamos a copiar a lição. Eu queria mais, mas aquele era o conteúdo. Isso se deu no ano de 1992, estava entre a Psicogênese e os PCN’s, mas não encontrei interação ali.
Até o restante do Ensino Fundamental I, que se encerrou na quarta série (quinto ano) copiei lições, tirei notas azuis e amei as letras e frases feitas que consegui copiar com esmero. Mas não me recordo que conteúdo teve em Língua Portuguesa até então, só as notas que ficaram em meu histórico escolar.
No ano seguinte, quinta série (sexto ano), até a oitava série (nono ano), com intervalo na sétima série, caso especial, o contato com Língua Portuguesa se deu de forma mais estreita porque aprendi a amar a Língua. As leituras se tornaram mais constantes, os gêneros textuais apresentados, mas continuei uma copiadora e amante dos tempos verbais mais que perfeitos e sem contexto de uso.
Santomauro com a reportagem sobre metodologia de ensino da Língua Portuguesa, me fez concluir que apesar de, no meu último ano da educação básica (2000), já se postular a proposta construtivista, a metodologia de ensino utilizada para minha formação foi o método analítico, porém as características da aprendizagem podem ser aplicadas ao método sintético.
A sétima série é um caso especial, como dito: nunca copiei tanto texto na lousa e no caderno como neste ano. As aulas de produção de texto renderam-me bons poemas quando deveriam ser dissertações e outros gêneros. Considero-me, como mérito, ótima copiadora e letrista. Confesso que tenho medo de redação como muitas pessoas têm medo de palhaço. O encadeamento das ideias para uma produção de textos críticos não cumpre seu livre trajeto nas minhas produções. Não sei o que você, leitor, pensa de suas bases linguísticas, mas conquanto a mim, sinto-me ainda deficiente, como amante da Língua Portuguesa.

SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em língua portuguesa. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/papel-letras-interacao-social-432174.shtml>. Acesso em 25 janeiro 2013.

ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL



O ensino da Língua Portuguesa no Brasil tem sido pauta de estudos há décadas, como mostrado por Beatriz Santomauro na Revista Nova Escola online. Nesta e outras reportagens Santomauro elucida, o que se pode perceber, a transformação ou mudança do enfoque do que se ensinar ou como abordar a língua. Cabe aqui citar a relação de competências que importa os alunos adquirirem até terminar os ciclos básicos da educação, uma lista longe do real aprendizado, chamados pela autora de “expectativas de aprendizagem”.
Em relação à realidade das salas de aulas, o ensino com base construtivista, proposta mais recente, ainda trata-se de um ideal. Na atualidade se falam de gramáticos e linguistas como grupos opostos que lutam por visão diferente do que é a língua e o seu ensino. Um exemplo dessa diferenciação pode ser visto no Dossiê por uma vida melhor, uma defesa do ensino interativo do contexto do aluno, mal interpretada por leigos e gramáticos como um ataque a “Língua Portuguesa” padrão. Apesar de a proposta construtivista existir antes da década de 80, sua aplicação ainda esta longe de ser concreta nas redes de ensino do país inteiro. De certo o ponto abordado aqui não é quando isto acontecerá por inteiro, mas as mudanças de enfoque.
Ainda se entende que o ensino de Língua Portuguesa seja repleto tão somente de nomenclaturas e classificações gramaticais, o que Irandé Antunes, em seu livro Aula de português: encontro & interação, chama “inócuo”. O português que se ensina dista da linguagem do aluno e como uma prática artificial discursiva, torna o ensino impessoal e o português uma linguagem escolar apenas. Carlos Drummond de Andrade, em seu poema Aula de Português, ratifica essa realidade:

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.

[...]

Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.


Parafraseando Almeida (1997), Antunes (2003) sugere, nesse contexto de ensino, que:

Enquanto o professor de português fica apenas analisando se o sujeito é “determinado” ou “indeterminado”, por exemplo, os alunos ficam privados de tomar consciência de que ou eles se determinam a assumir o destino de suas vidas ou acabam todos, na verdade, “sujeitos inexistentes”. (ANTUNES, 2003).


Depende de o professor diminuir o descompasso entre o aluno e a Língua. E cabe a ele propor diversidade no ensino dos gêneros textuais, com textos variados, contemplando a realidade linguística do educando e ampliando seu conhecimento da Língua Portuguesa.


Referências bibliográficas

ANDRADE, Carlos Drummond de. Aula de português. Disponível em: < http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/aula-de-portugues/>. Acesso em 08 fevereiro  2013.

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

BAGNO, Marcos et al. Por uma vida melhor. Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/proling/images/stories/Dossi_da_polmica_-_livro_Por_uma_vida_melhor.pdf>. Acesso em 24 setembro 2012.

SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em língua portuguesa. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/papel-letras-interacao-social-432174.shtml>. Acesso em 25 janeiro 2013.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A CANÇÃO DE EVA



No livro A canção de Eva, June Strong, também autora de Projeto Sunlight conta uma história que decorre em uma época que a maldade humana fez vir o dilúvio sobre a terra. Aqui Strong apresenta dois grupos de pessoas: os adoradores de Deus e os adoradores de ídolos. Portanto, seu espaço cronológico está entre o Éden e o Dilúvio bíblicos.
O primeiro capítulo intitulado O presente a autora traz Shaina, Ona e Natã (seus pais) e um presente inesperado: uma viagem a terra de Havilá com o seu pai de onde ele trazia o barro azul. Ela conheceria seus parentes e se possível o jardim do Éden e seus pais Adão e Eva. A autora também apresenta Ira, o jardineiro e amigo de Shaina.
O capítulo 2, A viagem, é rico em detalhes de cores, de sensações e utopia. Shaina chega a Havilá e ao Éden, vê as espadas flamejantes que guardam os portões do jardim. Ali sente tão forte a necessidade de um Deus.
No capítulo seguinte há-se passado 12 anos desde a viagem e Shaina é agora uma adoradora do Deus vivo. Neste cenário de devoção e cultivo em seu jardim com Ira, aparece Bem, primo de Shaina. Strong o descreve como homem de Havilá, alto, forte, corado, encantador. Logo ele e Shaina estavam enamorados. A despeito de suas convicções, bem se afastava de casa e do Deus vivo progressivamente enquanto Shaina nutria o desejo de voltar com ele à Havilá. A este capítulo deu-se o título de O pregador e trata-se de Enoque pregando na praça o arrependimento e perdão ou destruição não muito distante. Shaina e Bem ouviram cada palavra.
No capítulo 4 já se passara um ano desde que Enoque esteve naquela praça. Neste momento, a autora traz a casa de Natã seu irmão, Ariel. Ele traz notícias de Havilá que muda o rumo da vida de Shaina: Havilá e seus habitantes haviam sido devastados. Ele se salvara por estar pastoreando longe do vale e agora sem lar, sem família busca o vale de Enoque para recomeçar. Shaina que já estava decepcionada com a conduta de Bem e de sua própria em não adorar o Deus verdadeiro toma A decisão: vai acompanhar Ariel ainda que não sem dor.
O vale é o título do quinto capítulo. Aqui eles, Shaina, Ariel e Ira recomeçam seu novo estilo de vida com Enoque, Rimona e os moradores do vale que não são muitos. Adriel passa a ir com Enoque as cidades das planícies pregarem. Ao voltar de uma de uma viagem conta que contemplou a Natã adorar a Deus como não o fizera depois de casar com Ona diante da morte certa se o fizesse. Houve tristeza e regozijo entre eles.