Por um momento eu me perdi e achei que era normal
Por um momento esqueci quem sou porque lembrava somente do que eraPor um momento me desfiz e morei momentaneamente em alguémPor um momento eu deixei de ser eu e fui o outroE o outro nem aqui estava um momento sequerE de súbito, antes que o precipício chegasse, lembrei que são as minhas asas que me fazem subirDesci vertiginosamente por um momento que fugi de mim mesmaE ainda agora subo: são minhas asas que me fazem voarJLS
terça-feira, 19 de novembro de 2013
POR UM MOMENTO
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
terça-feira, 22 de outubro de 2013
A DANÇA DOS NUMERAIS - texto com numerais
Este texto foi produzido como atividade das aulas de numerais. Foi dado pelo professor uma lista com os numerais que deveriam constar no texto. Aqui eles estão em caixa alta.
A DANÇA DOS NUMERAIS
Não foi por acaso que eu estive lá naquela primavera de
setembro. A carta trazia como remetente somente a caixa postal 11. Fazia um vento suave na
varanda da casa amarela da Rua Tal, número DUZENTOS E OITENTA E NOVE.
A carta datava PRIMEIRO DE OUTUBRO DE DOIS MIL E TREZE e não pude esconder minha surpresa. Rasguei o envelope, mas empurrei somente UM QUATORZE AVOS da carta para fora. Vi nesse primeiro instante algo que me chamou atenção: uma data. O que haveria acontecido no ano de MIL NOVECENTOS E CINQUENTA E SETE? Retirando mais DOIS TERÇO da folha para fora vi que a letra estava trêmula e parecia ter sido escrita por uma pessoa idosa que talvez tivesse o NÔNUPLO de minha idade: vinte e um anos SINGELOS eu tinha no momento. AMBAS idades são especiais, e mesmo que esta pessoa tivesse o UNDÉCUPLO de minha idade, a atenção com a qual eu leria esta carta seria a mesma. Porém para a minha surpresa não se tratava de alguém tão velho, reconheci que aquela letra trêmula era a de minha irmã. Ela dizia, através daquelas linhas que estava muito doente e fraca, e que precisava ser submetida a uma cirurgia que custava R$900,00.
Ela possuía só alguns poucos reais e com algumas doações ela conseguiria o DOBRO desse valor, mas ainda faltava 400 reais. Comovida resolvi lhe enviar uma quantia considerável que correspondia o TRIPLO do meu salário mensal, valor que obtive com a venda de uma pintura guardada por muitos anos em minha casa, que segundo alguns, pertenceu ao REI NEIMAR ONZE.
com QZ COSTA
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
QUASE DEUSES - dica de filme
Fonte: imagem de capa de DVD. |
O longa-metragem Quase Deuses foi escrito pelos roteiristas Peter Silverman e Robert Caswell e dirigido
por Joseph Sargent. Lançado em
2004, a produção foi realizada pelos estúdios HBO e Nina Saxon Film Design. Baseado
em fatos reais, narra a história de Vivien
Thomas (1910-1985), um afro-americano e do Dr. Alfred Blalock (1899 – 1964).
O filme
relata a realidade da segregação racial vivida nos Estados Unidos daqueles
anos. Os afrodescendentes viviam uma liberdade marcada pela discriminação e
marginalização. Havia separação entre ambientes para brancos e negros,
inclusive em repartições públicas como mostra no hospital John Hopkins há um
banheiro para os brancos, outros para os negros (man colored).
O início é
marcado pelo resultado da Grande Depressão que afetou os EUA em 1929. Vivien
Thomas (Mos Def), um excelente carpinteiro, é demitido porque estavam dando
preferência a quem era casado e tinha filhos. Nesse ínterim, Thomas consegue um
emprego de faxineiro com o Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman), que realiza
pesquisas através de experiências com cachorros para encontrar a solução para
algumas doenças humanas. Ele apresentava um talento nato para aprender e logo
impressiona o Dr. Blalock. Vivien havia decidido que faria faculdade, mas por
causa da Depressão o banco em que havia depositado seu dinheiro faliu e todas as suas economias foram perdidas.
Surpreso com
Thomas, o Dr. o torna seu auxiliar nas pesquisas. Seu desempenho ultrapassa o
de seus antecessores, o que é um mérito maior por Vivien ser negro, algo que
naquele momento da história era sinônimo de falta de inteligência. Com o
auxílio de Vivien o Dr. Blalock alcança sucesso cada vez mais nos seus
experimentos e Vivien já havia estudado todos os livros que o doutor tinha em
seu laboratório.
Pela
notoriedade, o Dr. Blalock foi convidado para ser o presidente do departamento
de cirurgia do Hospital Universitário John Hopkins e Vivien, agora já casado e
com filhos (1945), o acompanha como seu auxiliar técnico. No hospital era uma
cena que no mínimo causava espanto ver um negro de jaleco branco. Porém mesmo
Vivien assumindo essa posição precisava entrar pelas portas dos fundos e bater
cartão. Era no mínimo estranho também o fato de Vivien nunca ter estudado na
faculdade de medicina ser auxiliar técnico de laboratório.
Nesse tempo
não se realizava cirurgias cardíacas, porém para desvendar o caso do bebê azul,
uma doença cardíaca que deixava bebês cianóticos, Vivien e o Dr. Blalock
estudam afinco. Vivien conseguiu encontrar a solução para tal problema e a
primeira cirurgia no coração foi marcada e assistida. Vivien deu as instruções
para o Dr. Blalock, porém todos os créditos foram para o Dr.
Vivien não
era médico, mas atuava tanto quanto um. Aborrecido com o Dr. por não lembrar
disso, deixa o hospital e vai vender remédios de porta em porta, mas não fica
feliz. Então volta para o hospital e pede para o Dr. aceitá-lo de volta.
Com o tempo
Vivien tornou-se o diretor de laboratórios do hospital. Revolucionou o
entendimento sobre o funcionamento do coração e também chefiou e ensinou a
muitos médicos nos processos de cirurgia cardíaca, recebendo por mérito o
título de Doutor Honoris Causa.
com Josué Ferreira de Queiroz
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
terça-feira, 15 de outubro de 2013
GÊNEROS ORAIS E ESCRITOS
GÊNEROS
SUGERIDOS PARA A PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS
|
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LINGUAGEM
ORAL
|
LINGUAGEM
ESCRITA
|
LITERÁRIOS
|
|
Cordel; Textos dramáticos.
|
Romance; Novela; Crônica; Conto;
Poema; Textos dramáticos.
|
DE
IMPRENSA
|
|
Comentário radiofônico; Entrevista;
Debate; Depoimento.
|
Reportagem; Editorial; Notícia;
Artigo; Carta do leitor; Entrevista.
|
DE
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
|
|
Exposição; Palestra; Seminário;
Debate.
|
Notas/artigos; Relatório
de experiências.
|
PUBLICIDADE
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Propaganda
|
Propaganda
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Fonte: Adaptada de Marcuschi (2008).
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
DIFERENÇA ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
DIFERENÇA
ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
|
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TIPOS
TEXTUAIS
|
GÊNEROS
TEXTUAIS
|
São
constructos teóricos definidos pela natureza
linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
relações lógicas).
|
Textos materializados que encontramos em nossa vida diária
e que apresentam características sóciocomunicativas definidas por conteúdos,
propriedades funcionais, estilo e composição característica.
|
Encontram-se
em um número limitado abrangendo as categorias: narração, argumentação, descrição, exposição e injunção. Não
tende a aumentar. Quando há uma predominâncias de um modo em um texto
concreto diz-se ser um texto narrativo ou argumentativo ou descritivo ou
expositivo ou injuntivo.
|
Encontram-se
em um número maior que os tipos textuais, sendo quase incontáveis. Assumem as
formas de carta pessoal, reportagem,
e-mail, sermão, receita culinária, bilhete, piada, edital de concurso,
diálogo informal, bula de medicamento, resenha, inquérito policial, conversas
por computador entre tantos outros.
|
São
sequências linguísticas teóricas definidas por aspectos lexicais, sintáticos,
relações lógicas e tempos verbais.
|
São
realizações linguísticas com padrões sociocomunicativos determinadas pelo
canal, estilo, conteúdo, composição e função.
|
Fonte: Adaptada de Marcuschi (2008).
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
terça-feira, 9 de julho de 2013
DRAMA: oficina de escrita criativa
ESPERTO: Tenho um bom negócio pra nós dois.
INGÊNUO: Que negócio?
ESPERTO: Abençoar as pessoas da vila.
ESPERTO: Abençoar as pessoas da vila.
INGÊNUO:Mas onde a gente vai achar outro padre?
ESPERTO: Não tem outro padre, mas não precisa de padre.
INGÊNUO:Não? Mas como abençoa sem padre?
ESPERTO: Água benta.
INGÊNUO: Mas onde vamos conseguir água benta?
ESPERTO: A torneira casa foi abençoada pelo padre da vila. Agora que ele tá cansado e não pode mais abençoar a gente vende água benta lá de casa.
INGÊNUO: Mas será que isso é certo?
Consciência: Acaso torneira dá água benta?
ESPERTO: Veja bem:
O povo precisa de benção,
A gente tem bastante água.
E a gente precisa de dinheiro.
INGÊNUO: Mas se eles descobrirem que você vende água de torneira?
ESPERTO: Não vão descobrir porque não vou vender.
INGÊNUO: Você vai doar, então?
ESPERTO: Não! Você vai vender.
Consciência: Não se fie no conselho de espertos. Enganar inocentes sempre dá errado.
INGÊNUO: Não quero prejudicar ninguém.
ESPERTO: Não seja frouxo. Você não vai prejudicá-los: vai abençoá-los!
INGÊNUO: Ora, se descobrirem vou culpar você.
ESPERTO: Ninguém será culpado. Abençoar pessoas é um ato de solidariedade. Receber pela benção é uma recompensa.
Consciência: Não confunda benevolência com indecência. Pense bem!
INGÊNUO: Pensei; quero ser benevolente. Vou ajudar você nesse negócio. Dá a água benta aí.
NOTA: Não há nesse texto apologia às religiões. É uma produção da disciplina de oficina criativa com tema escolhido. JLS.
INGÊNUO: Mas será que isso é certo?
Consciência: Acaso torneira dá água benta?
ESPERTO: Veja bem:
O povo precisa de benção,
A gente tem bastante água.
E a gente precisa de dinheiro.
INGÊNUO: Mas se eles descobrirem que você vende água de torneira?
ESPERTO: Não vão descobrir porque não vou vender.
INGÊNUO: Você vai doar, então?
ESPERTO: Não! Você vai vender.
Consciência: Não se fie no conselho de espertos. Enganar inocentes sempre dá errado.
INGÊNUO: Não quero prejudicar ninguém.
ESPERTO: Não seja frouxo. Você não vai prejudicá-los: vai abençoá-los!
INGÊNUO: Ora, se descobrirem vou culpar você.
ESPERTO: Ninguém será culpado. Abençoar pessoas é um ato de solidariedade. Receber pela benção é uma recompensa.
Consciência: Não confunda benevolência com indecência. Pense bem!
INGÊNUO: Pensei; quero ser benevolente. Vou ajudar você nesse negócio. Dá a água benta aí.
NOTA: Não há nesse texto apologia às religiões. É uma produção da disciplina de oficina criativa com tema escolhido. JLS.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
terça-feira, 18 de junho de 2013
"INSIGNIFICÂNCIA": Oficina de escrita criativa.
Quem nunca me viu assim tão pequeno, tão quieto, de olhos no chão.
Pés enlameados desprovido de vergonha, de pudor.
Quem nunca me viu assim tão pálido de olhos arregalados, grito preso, calado.
Desprovido de força contrariando o pensamento alheio, sou forte em reconhecer que sou fraco
e no admitir que nada posso fazer.
Sou vazio por dentro, ser oco, inanimado.
De mim fogem os pensamentos, não penso.
Estou na roda gigante do medo e dele mesmo me espanto.
Tenho medo do medo, da vida e das pessoas.
E por isso vacilo em cada passo que dou
Não tenho esperança de nada
Também em nada acredito
Porque sei que nada sou
Não ando errado, mas não tento acertar
Vou passando pela vida como alguém invisível
que nada sente,
nada faz,
nada é...
JLS ; Qz.
Pés enlameados desprovido de vergonha, de pudor.
Quem nunca me viu assim tão pálido de olhos arregalados, grito preso, calado.
Desprovido de força contrariando o pensamento alheio, sou forte em reconhecer que sou fraco
e no admitir que nada posso fazer.
Sou vazio por dentro, ser oco, inanimado.
De mim fogem os pensamentos, não penso.
Estou na roda gigante do medo e dele mesmo me espanto.
Tenho medo do medo, da vida e das pessoas.
E por isso vacilo em cada passo que dou
Não tenho esperança de nada
Também em nada acredito
Porque sei que nada sou
Não ando errado, mas não tento acertar
Vou passando pela vida como alguém invisível
que nada sente,
nada faz,
nada é...
JLS ; Qz.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
domingo, 2 de junho de 2013
TEXTO DRAMÁTICO - Oficina de Escrita Criativa
O CASO DOS SENTIMENTOS
ROUBADOS (ATO ÚNICO)
Tarde da noite, um
travesseiro recebe três amigos e uma queixa:
TRAVESSEIRO: não
compreendo... da última vez que nos encontramos estava tudo bem...
CORAÇÃO: Ah travesseiro
nem direito sei como aconteceu...
TRAVESSEIRO: havíamos feito
projetos para essa noite e prometemos que juntos teríamos bons sonhos.
CÉREBRO: espera um
momento sonhos como os que foram feitos não é projeto meu.
TRAVESSEIRO: Também me
lembro que vocês me disseram que nunca mais eu seria molhado.
OLHO: desculpe-me
amigo, dessa vez não pude evitar.
TRAVESSEIRO: alguém me
diga o que aconteceu, então.
OLHO: bem, não sei te
dizer como tudo começou, estava fechado, nada pude ver.
CORAÇÃO: fui enganado
travesseiro, estou quebrado, outra vez, travesseiro.
CÉREBRO: não me culpem
por não estar alerta, eu fui logo desligado quando o olho se abriu...
OLHO: ei! Também fui
enganado, não fui treinado para aquele tipo de negócio, nem sabia que era possível.
CORAÇÃO: ouçam, ouçam: nessa
manhã estava distraído com todas as coisas que pensamos fazer; com todos os
sentimentos que estávamos cultivando, vocês sabem: a auto-estima, o amor
próprio, a esperança, a...
CÉREBRO: como sempre
você estava distraído cheio de coisas!
CORAÇÃO: não me culpe
por estar cheio de coisas e deixe de ser tão crítico!
TRAVESSEIRO: Cérebro
deixe o coração continuar! Quero ouvi-lo.
CORAÇÃO: ...como estava
dizendo: a autoconfiança, quando ouvi uma voz melodiosa que cantava ao ouvido,
vinha do ouro lado da escada.
OLHO: bem acho que foi
bem aqui que eu abri e vi aqueles olhos me olhando e o lindo sorriso.
CÉREBRO: E bem aqui me
desligaram!
TRAVESSEIRO: Cérebro?!
CORAÇÃO: não dei muito
crédito ao que ouvi, estava feliz, confiante, então não achei que deveria me
prevenir de nada nem conversar com ninguém sobre isso...
TRAVESSEIRO: e o olho
não estava aberto? Ele não percebeu nada de estranho?
Coração suspira
triste...
CORAÇÃO: o olho nunca
tinha visto sorriso mais lindo...
CÉREBRO: e ninguém se
lembra de mim quando é preciso.
TRAVESSEIRO: e depois,
o que aconteceu Coração?
CORAÇÃO: bem, achei que
resistiria, mas fui cedendo espaço...
Pausa e silêncio
CORAÇÃO: um a um meus
novos sentimentos foram por ele levados. Então, trocando minha autoconfiança
pela confiança nele, o meu amor próprio substitui pelo amor a ele e as
promessas dele se tornaram minha esperança.
CÉREBRO: dois
parágrafos de conversa e ele já vem falando de amor.
TRAVESSEIRO: deixe que
ele continue.
CORAÇÃO: infelizmente
não durou muito e no fim da tarde as promessas se quebraram. Ele foi embora
sorrateiramente com tudo o que era meu e eu.
CÉREBRO: Ah, mas não
foi só isso!
TRAVESSEIRO: E já não seria
suficiente?
CORAÇÃO: não, ele não
se contentou em ir deixou os sentimentos dele aqui.
TRAVESSEIRO: então ele
chegou, brincou e quando você se apegou ele foi embora?
CORAÇÃO: foi bem assim
que aconteceu...
CÉREBRO: E só aí que me
ligaram de novo, quando o estrago tinha acontecido.
Com tom irônico...
CÉREBRO: Quase canto
aquela música “eu bem que te avisei”! Amanhã vê se me deixa ligado e me escuta.
JLS
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
Dica de Leitura: COMO LIDAR COM AS EMOÇÕES (E.G.W.)
No consenso popular, o ser humano vive atarefado. Como se diz na minha terra, aperreado. É trabalho, é estudo, filhos e para os que não os tem outras tantas tarefas que ocupam 99% do seu tempo, sobrando apenas 1% para poder respirar. Não se dorme direito, não se come de maneira adequada, não se se relaciona satisfatoriamente, não se vive. E a suma de tudo isso são seres humanos doentes física e emocionalmente. É claro que para uma questão tão complexa como a vida no século atual existem muitas informações e sugestões. Quero deixar a minha dica de leitura para os que estão inseridos nesse contexto de estresse, angústia e medo que são desencadeados pela inseguridade dos dias atuais. O livro de Ellen G. White, compilado de seus outros escritos, chamado Como lidar com as emoções é uma fonte de conhecimento e nos auxilia a encontrar paz. Ótima leitura!
Ebook disponível em: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Como%20Lidar%20com%20as%20Emo%C3%A7%C3%B5es.pdf
Ebook disponível em: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Como%20Lidar%20com%20as%20Emo%C3%A7%C3%B5es.pdf
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
terça-feira, 21 de maio de 2013
PRODUÇÃO BASEADA NO TÍTULO "SOU UM OBJETO"
Os primeiros textos produzidos no dia 08 de maio tinham como título “Sou um
objeto”, que consistiu em cada um ser um objeto da sala de aulas, que foram
listados no quadro, e descrever o que eram e o que proporcionavam, com ou sem
rima.
Vejam a produção do L.G.R.L.:
"Sou um giz sou fabricado de pó até formar algo sólido, sou pequemo e quando a caixa de giz é aberto, não gosto, pois até o final do dia vão me esfolar na lousa, e também sei que até o final do dia vou morrer, mas vou deixar minha marca que são as palavras que ficaram na lousa que as crianças vão copiar."
A seguinte é de L. M. B.:
"O caderno
Eu sou bonitinho
Sirvo de recadinho
Quando arrancar a folha
Que o resto recolha
Sirvo para Português
Matemática
Geografia
E até Inglês
Quando a lição acabar
A criança vai imaginar
E o lápis mágico
Pintar
Eu posso ser eterno
E lembranças vou ter
Do seu querido
Caderno"
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
PRODUÇÕES BASEADAS NO POEMA "SP"
Esta atividade consistiu em, a partir de um poema apresentado, eles escolherem uma
letra e fazerem a sua produção. Escolhi as seguintes para postar aqui.
"Pato
Pato Pode Pilotar, Porque pensei que não Podesse. Pato pode ser pintor, pato pode ser professor, pato pode ser palhaço, pato pode ser pigmentos, porque se pato não poder a pata vai poder ter um pote."
C.
(*Podesse - pudesse)
"A de amor, amizade, amigo, atração, de argumento, de amar
a de amores, de assunto, de analizar
de amigas, de ar, de Árvore, de agora não ter terminação da letra a."
A. E. S.
(*analizar - analisar)
"Pato
Pato Pode Pilotar, Porque pensei que não Podesse. Pato pode ser pintor, pato pode ser professor, pato pode ser palhaço, pato pode ser pigmentos, porque se pato não poder a pata vai poder ter um pote."
C.
(*Podesse - pudesse)
"A de amor, amizade, amigo, atração, de argumento, de amar
a de amores, de assunto, de analizar
de amigas, de ar, de Árvore, de agora não ter terminação da letra a."
A. E. S.
(*analizar - analisar)
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
POSTS DE ALUNOS
Neste semestre algumas produções de textos já foram e serão postadas aqui. Produções com tema "criatividade" também realizadas por alunos do 7° ano de uma escola pública de Artur Nogueira. Não se trata de um estudo específico com relação as formas das palavras e suas atuações, mas a capacidade de interpretação e produção criativa.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
segunda-feira, 22 de abril de 2013
PLEONASMO (Comp. de teatro Os melhores do mundo)
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
CORES (Oficina PIBID - O mundo de Aninha)
Se LARANJA: pôr do sol entre as grades da janela. Pão quentinho. Laranjas penduradas no pomar. Açúcar derretido. Brisa das seis da manhã. Bolo de cenoura. 30 anos.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
POEMA DE UMA LETRA SÓ (oficina - Criando com palavras)
Suicida
Surtou! Saiu sozinha sem sandálias, sombrinha, sem siso.
Subiu, suou, secou.
Sujou, saltou, sangrou, sumiu.
(com Quézia Costa)
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
SOU UM OBJETO (oficina - Criando com as palavras)
Sou transparente como a água
Recebo o sol, a chuva e o vento
Fico dentro e fora da sala
Em casas, igrejas, apartamento
Às vezes sou aramado,
Quadrado, canelado
Talhado por diamante
Sou colorido, transparente e espelhado.
Se me quebram fico bravo
E corto e sangro
Se me lavam fico alegre
e deixo o sol entrar
Tenho medo de pedras, bolas
e meninos arteiros
Mas fico aqui
se me deixarem ficar. (O VIDRO)
Recebo o sol, a chuva e o vento
Fico dentro e fora da sala
Em casas, igrejas, apartamento
Às vezes sou aramado,
Quadrado, canelado
Talhado por diamante
Sou colorido, transparente e espelhado.
Se me quebram fico bravo
E corto e sangro
Se me lavam fico alegre
e deixo o sol entrar
Tenho medo de pedras, bolas
e meninos arteiros
Mas fico aqui
se me deixarem ficar. (O VIDRO)
JLS
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
quarta-feira, 3 de abril de 2013
UMA FOLHA CAI AO CHÃO
Adaptado da foto folha+outono. |
... O VENTO SOPRA SILENCIOSAMENTE...
... UMA FOLHA, NÃO VERDE COMO ESSAS QUE LOGO NASCEM, NÃO! UMA FOLHA AMARELADA PELO SOL DE OUTONO COM SUAS BORDAS PARDAS, DESPRENDIDA DE SEU GALHO, FLUTUA COMO EM CONTENTO...
NA VERDADE JÁ NÃO HÁ CONTENTO NELA NEM TÃO POUCO MEMÓRIA DE QUANDO, AINDA VERDE, BALANÇAVA MOVIDA TALVEZ POR ESTE MESMO VENTO: SE BEM QUE O VENTO PASSA E NÃO VOLTA A SOPRAR NO MESMO LUGAR .
BEM, MAS NÃO É SOBRE O VENTO QUE QUERO FALAR, É SOBRE A FOLHA QUE SEM MEMÓRIA FLUTUA, LENTAMENTE ATÉ O CHÃO.
QUANTAS FOLHAS JÁ CAÍRAM?! ELAS SE TORNAM SOMENTE NÚMEROS, NÃO OS NÚMEROS QUE APRENDEMOS NA ESCOLA QUANDO COMEÇAMOS A CONTAR: AQUELES SÃO ESPECIAIS. ESTA FOLHA É SÓ MAIS UM NÚMERO NAS ESTATÍSTICAS.
DELA PROVAVELMENTE NEM O VENTO LEMBRE.
...MAS NÓS AINDA TEMOS MEMÓRIA.
JLS
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
domingo, 24 de março de 2013
SUSPENSE: UM CONTO DE SEXTA FEIRA - oficina de escrita criativa
Em uma noite de sexta feira, quatro crianças
saem em busca de sua mãe. Uma carta em mãos e a outra segurando a mão da irmã
menor, Cícera, Lúcio, de 12 anos parece um pequeno ponto na escuridão daquela
noite.
Não era uma noite qualquer para quem morava
rodeado de lendas.
O que separava a casa de Lúcio de seu destino
eram alguns quilômetros de estrada de terra margeada por pingados de casas e
árvores. Poucos postes iluminavam pequenos pedaços da estrada e no céu um
grande globo alaranjado brilhava, era a lua cheia: uma sexta feira de lua
cheia.
Pouco antes das 21h, Lúcio, preocupado com a
demora da mãe e com a urgência de lhe entregar a carta, anda de um lado para o
outro da sala, sentindo seus pés afundar no piso de barro batido. Já era quase
a hora de a lenda surgir nas ruas, hora de as portas serem fechadas, as luzes
de lamparinas serem apagadas e os pequenos estarem na cama silentes.
Não havia um meio de transporte para Lúcio
não ser seus pés e pernas. Dividia-se agora em deixar as crianças dormindo e
sair em busca da mãe e levar a todas na sua breve jornada, chegando talvez ao
destino antes de a lenda aparecer e, quem sabe, dormir lá mesmo. Sua mãe não
apontava ainda.
Depois de quase afundar até o tornozelo no
piso da sala, agasalha seus irmãos menores, toma a carta, fecha a porta e sai.
Todos estavam temerosos. Se não fosse aquela luz redonda no céu, tudo estaria
um breu.
Poucos passos à frente os menores começam a
chorar. Lúcio percebe que elas lhe atrasariam os passos. Volta para casa,
põem-nas para dormir, levanta, tranca a porta da forma mais segura possível e
sai. Um passo após o outro e seu coração apressando as batidas. Não sabia se
contava seus passos trôpegos ou as palpitações de seu coração.
Quantas casas já tinham passado não sabia,
mas o caminho se tornava mais longo a cada quilometro. O silêncio era quebrado
vez ou outra por um pio de coruja e isso lhe trazia pavor. Olhos o seguem.
Seu pensamento agora se dividia entre seus
irmãos que estavam em casa, sua mãe que não voltava e seu novo companheiro: o
medo. Só havia um caminho para ir e vir, não tinha atalhos.
Mais dois quilômetros passados, estava Lúcio
com seus pés empoeirados e as casas tinham ficado para trás na estrada. As
árvores escassas também eram filetes em sombras ao olhar o caminho percorrido.
Havia somente o céu, milharal de um lado e milharal do outro. A lua se
camuflava entre uma nuvem e outra. Somente um quilômetro faltava e Lúcio
apressa seus passos calculando que já deve passar das 22h, a lenda já estaria
pelas ruas, entre uma árvore e outra, espreitando; e isso aumenta seus
batimentos cardíacos... tUm TuM tUM TUM. Completando a cena daquela noite de
sexta feira, o vento assovia no milharal e um sopro gélido enrijece a espinha.
Tenta caminhar mais rápido, mas já está tão rápido que chega a tropeçar em seus
próprios pés.
O vento continua cantando no milharal e
remexe as palhas jogadas entre um canteiro e outro. Lúcio move-se para a
esquerda, olha o pequeno trecho que ainda falta, falta tão pouco! Então olha
para a direita. Seu coração gela, seus pulmões se contraem e em uma fração se
segundos é tomado por um terror que lhe faz desfalecer as pernas e o impulsiona
ao mesmo tempo: do meio do milharal dois olhos vermelhos lhe observa,
acompanhando seus movimentos e uma massa corpulenta e escura se move em sua
direção. Lúcio corre. Não sente seus pés tocar o chão. Tão perto, tão perto...
um grito! Tudo fica escuro. TUM, TUM, Tum, Tum...
Lúcio abre os olhos, ainda trôpego... Abre-se
a porta, sua mãe entra. O relógio da sala marca 22h. Ela fecha a porta. Lúcio
abraça sua mãe e respira fundo, e dorme junto com seus irmãos.
JLS
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
O BRASIL - DESCRIÇÃO FÍSICA E POLÍTICA
O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande porque, medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno. Divide-se em três zonas climáticas absolutamente distintas: a primeira, a segunda e a terceira, sendo que a segunda fica entre a primeira e a terceira. As montanhas são consideravelmente mais altas que as planícies, estando sempre acima do nível do mar. Há muitas diferenças entre as várias regiões geográficas do país, mas a mais importante é a principal. Na agricultura faz-se exclusivamente o cultivo de produtos vegetais, enquanto a pecuária especializou-se na criação de gado. A população é toda baseada no elemento humano, sendo que as pessoas não nascidas no país são, sem exceção, estrangeiras. Na indústria fabricam-se produtos industriais, sobretudo iguais e semelhantes, sem deixar-se de lado os diferentes. No campo da exploração dos minérios, o país tem uma posição só inferior aos que lhe estão acima, sendo, porém, muito maior produtor do que todos os países que não atingiram o seu nível. Pode-se dizer que, excetuando seus concorrentes, é o único produtor de minérios no mundo inteiro. Tão privilegiada é hoje a situação do país, que os cientistas procuram apenas descobrir o que não está descoberto, deixando para a indústria tudo que já foi aprovado como industrializável, e para o comércio tudo o que é vendável. Na arte também não há ciência, reservando-se esta atividade exclusivamente para os artistas. Quanto aos escritores, são recrutados geralmente entre os intelectuais. É, enfim, o país do futuro, sendo que este se aproxima a cada dia que passa.
MILLÔR FERNANDES
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
quinta-feira, 14 de março de 2013
O CAÇADOR DE PIPAS
Assisti ao filme e quando vi o livro pensei em me aventurar nele... já sabia o final da história, mas achei tão fantástico que valeria a pena cada página. Confira também.
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sábado, 16 de fevereiro de 2013
MINHA LÍNGUA PORTUGUESA
Escrevendo um artigo crítico sobre o ensino da Língua Portuguesa no
Brasil com textos base extraídos de reportagens de Beatriz Santomauro à Revista
Nova Escola online, me pergunto que tipo de ensino de Língua
Portuguesa foi o que tive.
Já
li e reli as matérias e textos extras de autores como Bagno, Irandé e as ideias
que povoam a mente são inatingíveis, quase que impossível de transpor para a escrita.
Então,
observando a Linha do Tempo traçada na reportagem de mesmo título, traço a
minha própria linha e vou resgatando o que aprendi e apreendi. Lembro então que
na primeira série, o que hoje temos como segundo ano, aprendi a tracejar as
vogais e a escrever meu nome, se bem que já o sabia, mas havia um padrão e era
preciso se adequar a ele. Começamos a copiar a lição. Eu queria mais, mas
aquele era o conteúdo. Isso se deu no ano de 1992, estava entre a Psicogênese e
os PCN’s, mas não encontrei interação
ali.
Até
o restante do Ensino Fundamental I, que se encerrou na quarta série (quinto
ano) copiei lições, tirei notas azuis e amei as letras e frases feitas que
consegui copiar com esmero. Mas não me recordo que conteúdo teve em Língua
Portuguesa até então, só as notas que ficaram em meu histórico escolar.
No
ano seguinte, quinta série (sexto ano), até a oitava série (nono ano), com
intervalo na sétima série, caso especial, o contato com Língua Portuguesa se
deu de forma mais estreita porque aprendi a amar a Língua. As leituras se
tornaram mais constantes, os gêneros textuais apresentados, mas continuei uma
copiadora e amante dos tempos verbais mais que perfeitos e sem contexto de uso.
Santomauro
com a reportagem sobre metodologia de ensino da Língua Portuguesa, me fez
concluir que apesar de, no meu último ano da educação básica (2000), já se
postular a proposta construtivista, a metodologia de ensino utilizada para
minha formação foi o método analítico, porém as características da aprendizagem
podem ser aplicadas ao método sintético.
A
sétima série é um caso especial, como dito: nunca copiei tanto texto na lousa e
no caderno como neste ano. As aulas de produção de texto renderam-me bons
poemas quando deveriam ser dissertações e outros gêneros. Considero-me, como
mérito, ótima copiadora e letrista. Confesso que tenho medo de redação como
muitas pessoas têm medo de palhaço. O encadeamento das ideias para uma produção
de textos críticos não cumpre seu livre trajeto nas minhas produções. Não sei o que você, leitor, pensa de suas bases linguísticas, mas conquanto a mim, sinto-me ainda deficiente, como amante da Língua Portuguesa.
SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em língua portuguesa. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/papel-letras-interacao-social-432174.shtml>. Acesso em 25 janeiro 2013.
SANTOMAURO, Beatriz. O que ensinar em língua portuguesa. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/papel-letras-interacao-social-432174.shtml>. Acesso em 25 janeiro 2013.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
O ensino da Língua Portuguesa no Brasil tem sido pauta de
estudos há décadas, como mostrado por Beatriz Santomauro na Revista Nova Escola
online. Nesta e outras reportagens Santomauro elucida, o que se pode perceber,
a transformação ou mudança do enfoque do que se ensinar ou como abordar a
língua. Cabe aqui citar a relação de competências que importa os alunos
adquirirem até terminar os ciclos básicos da educação, uma lista longe do real
aprendizado, chamados pela autora de “expectativas de aprendizagem”.
Em relação à realidade das salas de aulas, o ensino com
base construtivista, proposta mais recente, ainda trata-se de um ideal. Na
atualidade se falam de gramáticos e linguistas como grupos opostos que lutam
por visão diferente do que é a língua e o seu ensino. Um exemplo dessa
diferenciação pode ser visto no Dossiê
por uma vida melhor, uma defesa do ensino interativo do contexto do aluno,
mal interpretada por leigos e gramáticos como um ataque a “Língua Portuguesa”
padrão. Apesar de a proposta construtivista existir antes da década de 80, sua
aplicação ainda esta longe de ser concreta nas redes de ensino do país inteiro.
De certo o ponto abordado aqui não é quando isto acontecerá por inteiro, mas as
mudanças de enfoque.
Ainda se entende que o ensino de Língua Portuguesa seja
repleto tão somente de nomenclaturas e classificações gramaticais, o que Irandé
Antunes, em seu livro Aula de português:
encontro & interação, chama “inócuo”. O português que se ensina dista
da linguagem do aluno e como uma prática artificial discursiva, torna o ensino
impessoal e o português uma linguagem escolar apenas. Carlos Drummond de
Andrade, em seu poema Aula
de Português, ratifica essa realidade:
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
[...]
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Parafraseando Almeida (1997), Antunes (2003) sugere,
nesse contexto de ensino, que:
Enquanto o professor de português fica apenas analisando se o
sujeito é “determinado” ou “indeterminado”, por exemplo, os alunos ficam
privados de tomar consciência de que ou eles se determinam a assumir o destino
de suas vidas ou acabam todos, na verdade, “sujeitos inexistentes”. (ANTUNES,
2003).
Depende de o professor diminuir o
descompasso entre o aluno e a Língua. E cabe a ele propor diversidade no ensino
dos gêneros textuais, com textos variados, contemplando a realidade linguística
do educando e ampliando seu conhecimento da Língua Portuguesa.
Referências bibliográficas
ANDRADE,
Carlos Drummond de. Aula de português. Disponível em: < http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/aula-de-portugues/>.
Acesso em 08 fevereiro 2013.
ANTUNES,
Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
BAGNO,
Marcos et al. Por uma vida melhor.
Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/proling/images/stories/Dossi_da_polmica_-_livro_Por_uma_vida_melhor.pdf>.
Acesso em 24 setembro 2012.
SANTOMAURO,
Beatriz. O que ensinar em língua
portuguesa. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/fundamentos/papel-letras-interacao-social-432174.shtml>.
Acesso em 25 janeiro 2013.
"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma." Cora Coralina
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A CANÇÃO DE EVA
No livro A canção de Eva, June Strong, também autora de
Projeto Sunlight conta uma história que decorre em uma época que a maldade
humana fez vir o dilúvio sobre a terra. Aqui Strong apresenta dois grupos de
pessoas: os adoradores de Deus e os adoradores de ídolos. Portanto, seu espaço
cronológico está entre o Éden e o Dilúvio bíblicos.
O primeiro capítulo intitulado O presente a autora traz
Shaina, Ona e Natã (seus pais) e um presente inesperado: uma viagem a terra de
Havilá com o seu pai de onde ele trazia o barro azul. Ela conheceria seus
parentes e se possível o jardim do Éden e seus pais Adão e Eva. A autora também
apresenta Ira, o jardineiro e amigo de Shaina.
O capítulo 2, A viagem,
é rico em detalhes de cores, de sensações e utopia. Shaina chega a Havilá e ao
Éden, vê as espadas flamejantes que guardam os portões do jardim. Ali sente tão
forte a necessidade de um Deus.
No capítulo seguinte há-se passado 12 anos desde a viagem e Shaina
é agora uma adoradora do Deus vivo. Neste cenário de devoção e cultivo em seu
jardim com Ira, aparece Bem, primo de Shaina. Strong o descreve como homem de
Havilá, alto, forte, corado, encantador. Logo ele e Shaina estavam enamorados.
A despeito de suas convicções, bem se afastava de casa e do Deus vivo
progressivamente enquanto Shaina nutria o desejo de voltar com ele à Havilá. A
este capítulo deu-se o título de O pregador e trata-se de Enoque
pregando na praça o arrependimento e perdão ou destruição não muito distante.
Shaina e Bem ouviram cada palavra.
No capítulo 4 já se passara um ano desde que Enoque esteve
naquela praça. Neste momento, a autora traz a casa de Natã seu irmão, Ariel.
Ele traz notícias de Havilá que muda o rumo da vida de Shaina: Havilá e seus
habitantes haviam sido devastados. Ele se salvara por estar pastoreando longe
do vale e agora sem lar, sem família busca o vale de Enoque para recomeçar.
Shaina que já estava decepcionada com a conduta de Bem e de sua própria em não
adorar o Deus verdadeiro toma A decisão: vai acompanhar Ariel
ainda que não sem dor.
O vale é o título do quinto capítulo. Aqui eles, Shaina, Ariel
e Ira recomeçam seu novo estilo de vida com Enoque, Rimona e os moradores do
vale que não são muitos. Adriel passa a ir com Enoque as cidades das planícies
pregarem. Ao voltar de uma de uma viagem conta que contemplou a Natã adorar a
Deus como não o fizera depois de casar com Ona diante da morte certa se o
fizesse. Houve tristeza e regozijo entre eles.
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